O Realismo e Naturalismo consistem em importantes movimentos literários observados na Europa e também no Brasil, sendo estudados até hoje e temas frequentes em provas de vestibulares e Enem. Para saber os detalhes sobre esses movimentos, confira nosso artigo.
O que foi o Realismo e Naturalismo?
O Realismo e Naturalismo têm suas origens na Europa, tendo surgido no início do século 19. Entre os marcos iniciais do Realismo, destaca-se a publicação de um livro de Gustave Flaubert, chamado “Madame Bovary”, em 1857. No que diz respeito ao Naturalismo, ele teve o início com a publicação de um romance de Émile Zola, chamado Thérèse Raquim, em 1867.
Esses dois estilos literários são contrários ao Romantismo (outro movimento literário), tendo como principais motivações o retorno do objetivismo e a apreciação de descrições literárias detalhadas. Dessa forma, o Realismo e Naturalismo negam totalmente a fuga da realidade (que é uma das principais características do Romantismo) e buscam uma representação bastante fiel da realidade.
Quais as características do Realismo e Naturalismo?
Para entender ainda mais o Realismo e Naturalismo, vejamos quais as características predominantes nesses movimentos literários:
Características do Realismo
- Riqueza de descrições;
- Narrativas lentas;
- Emprego de adjetivos realistas;
- Uso de linguagem direta;
- Materialismo e objetivismo;
- Críticas aos valores burgueses e às instituições sociais;
- Universalismo;
- Cientificismo;
- Demonstração dos detalhes e defeitos da mulher;
- Os heróis são mostrados como pessoas comuns, com incertezas, manias, defeitos etc.;
- Criação de personagens com perfil psicológico bem trabalhado;
- Subordinação do amor aos interesses de cunho social.
Características do Naturalismo
- Erotismo e sensualismo;
- Linguagem de fácil compreensão;
- Realismo exagerado;
- Emprego de regionalismo;
- Engajamento social;
- Impessoalidade nas narrativas;
- Determinismo;
- O ser humano é mostrado como animal;
- Objetivismo científico;
- Rica demonstração de detalhes;
- Personagens patológicas;
- Clareza e harmonia na composição.
Principais autores estrangeiros e obras do Realismo e Naturalismo
Depois de ver as características do Realismo e Naturalismo, os autores estrangeiros de maior relevância nesses movimentos literários e algumas de suas respectivas obras.
Realismo
Charles Dickens
- Um Conto de Natal
- Tempos Difíceis
- Grandes Esperanças
- Retratos Londrinos
Leon Tolstói
- Crônicas de Sebastopol
- Guerra e Paz
- Servo e Senhor
- O Reino de Deus Está Em Vós
- A Morte de Ivan Ilitch
Fiódor Dostoiévski
- Gente Pobre
- Humilhados e Ofendidos
- Crime e Castigo
- O Idiota
- Os Irmãos Karamázov
Nikolay Gogol
- Almas Mortas
- Tarás Bulba
Gustave Flaubert
- Madame Bovary
- As Tentações de Santo Antão
- Salambô
Eça de Queiroz
- A Cidade e as Serras
- A Relíquia
- O Primo Basílio
- Uma Campanha Alegre
Naturalismo
Émile Zola
- Germinal
- Como se Casa, Como se Morre
- O Paraíso das Damas
- J’accuse a verdade em marcha
- A Besta Humana
Thomas Hardy
- A bem-amada
- Judas, o obscuro
Giovani Verga
- Los Malavoglia
Principais autores brasileiros e obras do Realismo e Naturalismo
Depois de ver os principais autores estrangeiros do Realismo e Naturalismo, vamos ver quais são os autores brasileiros de maior destaque e algumas de suas obras.
Realismo
Machado de Assis
- Memórias Póstumas de Brás Cubas
- Dom Casmurro
- Memorial de Aires
- Esaú e Jacó
Raul Pompeia
- O Ateneu
Visconde de Taunay
- Inocência
Naturalismo
Aluísio Azevedo
- O Mulato
- Casa de Pensão
- O Homem
- O Cortiço
- O Coruja
Adolfo Ferreira Caminha
- A Normalista
Frases de autores do Realismo e Naturalismo
“Ninguém pode achar que falhou a sua missão neste mundo, se aliviou o fardo de outra pessoa.” (Charles Dickens)
“A palavra pode unir os homens, a palavra pode também separá-los, a palavra pode servir o amor como pode servir a amizade e o rancor. Livra-te da palavra que pode provocar o ódio.” (Leon Tolstói)
“O sofrimento acompanha sempre uma inteligência elevada e um coração profundo. Os homens verdadeiramente grandes devem, parece-me, experimentar uma grande tristeza.” (Fiódor Dostoiévski)
“A recordação é a esperança do avesso. Olha-se para o fundo do poço como se olhou para o alto da torre.” (Gustave Flaubert)
“Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz…” (Machado de Assis)
“Quem não conhece o poder da oração, é porque não viveu as amarguras da vida!” (Eça de Queiroz)
“Na obra de arte com especialidade essa perfeição só se adquire por meio de um trabalho penoso, mortificante, cheio de desesperos, e que vai desde o simples esboço, rápido e nervoso, até a forma definitiva, serena e límpida, através da qual não se percebem as agonias do artista na luta pela realização do ideal estético.” (Adolfo Ferreira Caminha)
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