O Parnasianismo é uma escola literária surgida na França durante o século 19, sendo muito conhecida pela forte oposição desse movimento literário ao sentimentalismo manifestado no Romantismo. Para saber detalhes sobre este tema frequente em concursos, vestibulares e Enem, confira nosso artigo.
Características do Parnasianismo
As características do Parnasianismo ficam claras quanto à oposição desse movimento literário ao Romantismo e também demonstram a importância dessa literatura. Vejamos quais são essas características:
- Objetividade ao tratar dos temas abordados, valorizando a realidade e deixando de lado a subjetividade, emoção e sentimentalismo;
- Impessoalidade, na qual a visão do escritor não deve interferir na abordagem do tema;
- Adoção de uma linguagem culta com forte cuidado estético;
- Arte pela arte (a realidade não devia ser uma influência para a poesia)
- Distanciamento da arte de uma “áurea” de sentimentos e significados humanos, sendo que a preocupação do Parnasianismo era a construção de uma arte perfeita, refinada e bela;
- Contenção das emoções para atingir a perfeição;
- Valorização do positivismo e da ciência como fatores que devem estar acima do sentimento humano;
- Inserção de temas da antiguidade, como mitos gregos e cultura clássica;
- Valorização das métricas nas poesias, nas quais devem ser empregadas o mesmo número de sílabas poéticas em cada verso;
- Frequente preferência dos autores por sonetos;
- Descrição detalhada de objetos e cenas;
- Presença de rimas ricas, raras e perfeitas.
O Parnasianismo no Brasil
Aqui no Brasil, o Parnasianismo adquiriu alguns aspectos diferenciados se comparados às características desse movimento literário na França. Os autores brasileiros, ainda que em um nível moderado, faziam uso do nacionalismo e não seguiam tanto à risca as regras adotadas pelos europeus. O emprego da subjetividade também foi uma das características marcantes (e diferenciadas) do Parnasianismo em terras brasileiras.
As maiores referências do Parnasianismo no Brasil são os autores Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira. Esse trio ficou popularmente conhecido como Tríade Parnasiana, sendo que até hoje essa tríade é tema de estudos na matéria de Literatura Brasileira.
Poemas do Parnasianismo
Para ver na prática as características no Parnasianismo no Brasil, nada melhor que observar um dos poemas dos autores integrantes da Tríade Parnasiana.
Poema do Parnasianismo – Olavo Bilac
Velha Página
Chove. Que mágoa lá fora!
Que mágoa! Embruscam-se os ares
Sobre este rio que chora
Velhos e eternos pesares.
E sinto o que a terra sente
E a tristeza que diviso,
Eu, de teus olhos ausente,
Ausente de teu sorriso…
As asas loucas abrindo,
Meus versos, num longo anseio,
Morrerão, sem que, sorrindo,
Possa acolhê-los teu seio!
Ah! quem mandou que fizesses
Minhalma da tua escrava,
E ouvisses as minhas preces,
Chorando como eu chorava?
Por que é que um dia me ouviste,
Tão pálida e alvoroçada,
E, como quem ama, triste,
Como quem ama, calada?
Tu tens um nome celeste…
Quem é do céu é sensível!
Por que é que me não disseste
Toda a verdade terrível?
Por que, fugindo impiedosa,
Desertas o nosso ninho?
– Era tão bela esta rosa!…
Já me tardava este espinho!
Fora melhor, porventura,
Ficar no antigo degredo
Que conhecer a ventura
Para perdê-la tão cedo!
Por que me ouviste, enxugando
O pranto das minhas faces?
Viste que eu vinha chorando…
Antes assim me deixasses!
Antes! Menor me seria
O sofrimento, querida!
Antes! a mão que alivia
A dor, e cura a ferida,
Não deve depois, tranquila,
Vendo sufocada a mágoa,
Encher de sangue a pupila
Que já vira cheia de água…
Mas junto a mim que te falta?
Que glória maior te chama?
Não sei de glória mais alta
Do que a glória de quem ama!
Talvez te chame a riqueza…
Despreza-a, beija-me, e fica!
Verás que assim, com certeza,
Não há quem seja mais rica!
Como é que quebras os laços
Com que prendi o universo,
Entre os nossos quatro braços,
Na jaula azul do meu verso?
Como hei de eu, de hoje em diante,
Viver, depois que partires?
Como queres tu que eu cante
No dia em que não me ouvires?
Tem pena de mim! tem pena
De alma tão fraca! Como há de
Minhalma, que é tão pequena,
Poder com tanta saudade?!
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