Aliteração – Figura de Linguagem – Exemplos e O que é?


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Aliteração é uma figura de linguagem que consiste na repetição de sons de consoantes iguais ou semelhantes. Ocorre geralmente, no início das palavras, que compõem versos ou frases, mas pode estar também no meio ou no fim.



Ela é essencialmente baseada na sonoridade que vem destas letras assim posicionadas. Trata-se de alternativa linguística usada como estratégia para intensificar o ritmo e produzir efeito sonoro que dê ênfase ao texto. É o recurso que faz repetir um som consonantal.

Confira exemplos de Aliteração.

 

Exemplos de Aliteração

Alguns exemplos são muito comuns e todos já os conhecem por sua popularidade. Eles mostram a Aliteração presente em ditados populares, versos folclóricos, brincadeiras infantis. São os melhores meios de fazer compreender este recurso estilístico.

Observe você mesmo, como facilitam o entendimento:

  • O rato roeu a roupa do rei de Roma.

[Neste conhecido trava-línguas podemos facilmente notar o “r” no começo de todas as palavras]



  • O peito do pé de Pedro é preto.

[A Aliteração está na repetição do “p”]

  • Um tigre, dois tigres, três tigres.

[Aqui se repete a consoante “t” e o encontro consonantal “gr”]

  • Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

[A Aliteração está representada pela repetição da letra “f”]

  • Três pratos de trigo para três tigres tristes.

[Aqui temos o “tr” repetido]



  • Quem já viu um doce tão doce, como o doce de batata doce.

[Recorrência da letra “d”]

Na parlenda A Jarra e a Aranha temos a sonoridade enfatizada na repetição do “r” e “rr”.

 

  • A jarra e a Aranha

(Retirado de http://www.qdivertido.com.br/verfolclore)



… da cama tem uma jarra

Dentro da jarra tem uma aranha

Tanto a aranha arranha a jarra

Quanto a jarra arranha a aranha.

 

Origem da palavra “Aliteração”

O termo Aliteração se originou do vocábulo em latim: alliteratio, que veio de littera e quer dizer “letra”.

Exemplos de Aliteração na poesia

Na poesia temos um exemplo clássico, da autoria do poeta brasileiro João da Cruz e Souza. Um dos precursores do movimento Simbolismo, no Brasil.

  • Violões que choram

Cruz e Souza

(Trecho retirado de https://pt.wikisource.org/wiki/Viol%C3%B5es_Que_Choram)

[…]

Vozes veladas, veludosas vozes

Volúpias dos violões, vozes veladas

Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos vivas vãs vulcanizadas…

[A letra “v” é o ponto de destaque da estrofe. Dá certa musicalidade ao trecho, como se fossem sons realmente saídos das cordas de um violão.]

 

Exemplos de Aliteração na Música

Jorge Ben Jor, abusa do “ch” em sua música Chove Chuva. Quase nos faz ouvir o barulho da chuva, com a repetição simultânea do som do ch.

Observe:

  • Chove Chuva

(Em www.vagalume.com.br/jorge-ben-jor/chove-chuva)

Chove chuva, chove sem parar

Chove chuva, chove sem parar

Por favor chuva …

 

Outra amostra nos dá Caetano Veloso com a música:

  • Qualquer Coisa

(Em www.letras.mus.br/caetano-veloso)

Mexe […] dentro, doida

…coisa, doida, dentro mexe

[…],

Deixe de manha, ‘xe de manha,

Sem essa aranha, sem essa aranha, sem essa aranha!

Nem a sanha arranha o carro

… o sarro arranha a Espanha

Meça: tamanha!

(A Aliteração se evidencia com o insistente uso das consoantes “d”, “x” e o grupo “nh” (dígrafo).

 

Mais um exemplo de Aliteração:

  • O Pato Pateta -Toquinho e Vinícius

…o pato

Pato aqui, pato acolá

Lá vem o pato

[…]

O pato pateta

Pintou o caneco

[…]

Pulou do poleiro

No pé do cavalo…

(A Aliteração é caracterizada pelas consoantes “p” e “t”)

Aliteração é mais do que um recurso literário. Constitui estratégia capaz de ir além da escrita. Usando consoantes, esta figura toma de empréstimo a sonoridade e a musicalidade, para transmitir de forma expressiva e especial uma mensagem. Você já experimentou usar esta estratégia linguística em seus textos?

letras das músicas: fonte